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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Registos Religiosos - O que são?

São muitas as designações que podem dar-se aos Registos Religiosos. Há quem lhes chame Memórias ou Saudades pois guardam memórias e saudades de determinados momentos, como por exemplo as que são realizadas com pagelas de Batismos, 1ª Comunhão, Crisma, Matrimónio,etc. Há também quem lhes chame Santinhos ou Bentinhos, por serem executados com santinhos normalmente abençoados. Outros ainda dão-lhes o nome de Lâminas, Maquinetas, Lapelas,etc.

De qualquer forma a designação mais frequente é: Registos ou Registros.
A arte dos Registos é uma velha tradição portuguesa de origem conventual. Antigamente era costume oferecer fogaças à igreja na ocasião de certas festividades (costume que ainda persiste nalgumas localidades), e em retribuição, a igreja oferecia um santinho ou pagelinha. Alguns serviam muitas vezes para marcar a página de um livro de oração, missal, Bíblia ou outro que se tivesse para utilização religiosa. Eram registos de uma passagem que se lia muitas vezes. Outros eram por vezes entregues aos cuidados de irmãs religiosas, que elaboravam os tais registos com adornos e tecidos raros que sobravam da paramentaria e os emolduravam passando a povoar as paredes das casas médias e ricas, símbolos de protecção, num mundo em que eram mais os perigos ou o medo deles e menos as imagens onde pousar os olhos.

Os Registos de Santos tiveram particular expressão em Portugal, sobretudo em meados do século XVIII, devido ao incremento da actividade dos gravadores e do comércio de gravuras e estampas à escala internacional.
Paralelamente, este tipo de gravuras tornou-se bastante popular devido às inúmeras peregrinações, círios e festividades pendulares, nas quais a presença dos fiéis foi marcada pela posse de um objecto evocativo da participação no mesmo, materializada em registos, fitas e medalhas.

Na actualidade, os registos continuam a ter cariz essencialmente devocional, mas têm também um carácter decorativo bastante marcado, existindo duas vertentes em quem trabalha neste tipo de arte: aqueles que procuram recriar os registos antigos utilizando imagens antigas e tecidos nobres como brocados e outros, normalmente provenientes de sobras de paramentarias e outros que procuram dar aos registos um ar mais contemporâneo, utilizando figuras mais recentes e tecidos mais simples. Eu pertenço ao segundo grupo, pois penso que há que adequar este tipo de arte aos novos tempos e torna-la acessível a todos os gostos, a todas as gerações e também a todas as “bolsas”….

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